Chá é aliado dos ossos em idosas; estudo mostra que café pode pesar contra

  • 13/12/2025
(Foto: Reprodução)
Qual é o café da manhã ideal, considerando nossas diferenças regionais? Um estudo de longo prazo conduzido por pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, sugere que o hábito de beber chá pode estar associado a ossos ligeiramente mais fortes em mulheres idosas, enquanto o consumo elevado de café pode ter o efeito oposto em determinados grupos. A pesquisa foi publicada na revista científica Nutrients e acompanhou quase 10 mil mulheres com 65 anos ou mais ao longo de uma década. A análise se debruça sobre a densidade mineral óssea (DMO) — medida fundamental para avaliar o risco de osteoporose e fraturas — e ajuda a esclarecer uma questão que, até agora, vinha produzindo resultados contraditórios na literatura científica: afinal, café e chá fazem bem ou mal para os ossos? Um problema global de saúde A osteoporose é considerada um dos principais problemas de saúde pública entre mulheres mais velhas. Estima-se que uma em cada três mulheres acima dos 50 anos desenvolva a doença ao longo da vida, o que aumenta significativamente o risco de fraturas, especialmente no quadril e no fêmur — lesões associadas à perda de autonomia e ao aumento da mortalidade. Diante do consumo massivo de café e chá em todo o mundo, entender como essas bebidas influenciam a saúde óssea é relevante não apenas para decisões individuais, mas também do ponto de vista populacional. Agasalhos, chá, café, blusa, frio Climatempo Como o estudo foi feito Os pesquisadores analisaram dados do Estudo de Fraturas Osteoporóticas, uma grande coorte acompanhada por vários anos. Ao longo de dez anos, as participantes relataram regularmente seus hábitos de consumo de café e chá, enquanto a equipe científica realizou medições repetidas da densidade mineral óssea no quadril e no colo do fêmur — regiões fortemente associadas ao risco de fratura. As medições foram feitas com técnicas avançadas de imagem, permitindo observar variações sutis ao longo do tempo. Adobe Stock Chá: efeito pequeno, mas consistente Os resultados mostraram que mulheres que consumiam chá apresentaram uma densidade mineral óssea do quadril ligeiramente maior do que aquelas que não tinham o hábito. A diferença não foi grande do ponto de vista individual, mas foi estatisticamente significativa. “Mesmo pequenas melhorias na densidade óssea podem se traduzir em menos fraturas quando falamos de grandes populações”, explica o professor associado Enwu Liu, da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da Universidade Flinders, um dos autores do estudo. Segundo os pesquisadores, o efeito positivo foi especialmente observado entre mulheres com obesidade, sugerindo que características individuais podem influenciar a forma como o organismo responde aos compostos presentes no chá. Raíssa Fontes Café: segurança no consumo moderado O café apresentou um cenário mais complexo. De forma geral, o consumo moderado — cerca de duas a três xícaras por dia — não foi associado a prejuízos à saúde óssea. No entanto, mulheres que relataram beber mais de cinco xícaras diárias apresentaram uma densidade mineral óssea mais baixa ao longo do acompanhamento. O efeito negativo foi mais evidente entre mulheres com maior consumo de álcool ao longo da vida, indicando uma possível interação entre esses hábitos. Estudos laboratoriais anteriores ajudam a explicar esse achado. A cafeína pode interferir, ainda que de forma discreta, na absorção de cálcio e no metabolismo ósseo. Esses efeitos, porém, tendem a ser pequenos e podem ser parcialmente compensados quando o café é consumido com leite. O que pode explicar a diferença entre as bebidas De acordo com o pesquisador Ryan Yan Liu, coautor do artigo, o chá é rico em compostos bioativos chamados catequinas, que podem estimular a formação óssea e reduzir a reabsorção — processo natural de perda de massa óssea ao longo do envelhecimento. Já no caso do café, o principal ponto de atenção é a cafeína. Embora não seja considerada um vilão isolado, seu consumo em excesso pode contribuir para um balanço negativo quando combinado a outros fatores de risco, como baixa ingestão de cálcio, consumo de álcool e envelhecimento. Os autores fazem questão de ressaltar que os resultados não justificam mudanças drásticas de comportamento. As diferenças observadas são modestas e não significam que mulheres devam abandonar o café ou passar a consumir grandes quantidades de chá. “Nossos achados não indicam que você precise parar de beber café ou começar a beber litros de chá”, afirma Enwu Liu. “Mas sugerem que o chá, em consumo moderado, pode ser um aliado simples da saúde óssea, enquanto o consumo muito elevado de café talvez não seja a melhor escolha para algumas mulheres, especialmente aquelas que consomem álcool.” Muito além da xícara Os pesquisadores reforçam que cálcio e vitamina D continuam sendo os pilares da prevenção da osteoporose, junto com atividade física e acompanhamento médico. Ainda assim, os hábitos cotidianos também entram na equação. “Para mulheres mais velhas, uma xícara de chá diária pode ser mais do que um ritual reconfortante”, conclui Liu. “Pode representar um pequeno passo adicional na proteção dos ossos ao longo do envelhecimento.” O estudo, intitulado “Associação longitudinal do consumo de café e chá com a densidade mineral óssea em mulheres idosas”, foi financiado por institutos nacionais de saúde dos Estados Unidos e publicado na revista Nutrients.

FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/12/13/cha-e-aliado-dos-ossos-em-idosas-estudo-mostra-que-cafe-pode-pesar-contra.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 5

top1
1. Raridade

Anderson Freire

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

Anunciantes