Líderes do mundo inteiro se reúnem no Rio para debater emergência climática
03/11/2025
(Foto: Reprodução) Fórum de Líderes Globais reúne prefeitos e governadores do mundo inteiro, no Rio, para debater desafios do clima
Líderes do mundo inteiro se reuniram no Rio de Janeiro para debater um dos maiores desafios do nosso tempo: a emergência climática. O planeta mais quente tem impacto direto e dramático na vida de bilhões de pessoas em todos os continentes. Por isso, as discussões nesta segunda-feira (3), às vésperas da Conferência do Clima em Belém, tiveram foco no papel das cidades. Como proteger cidadãos com ciência e bom planejamento.
As cidades são as mensageiras do clima. Secas, enchentes, tragédias. No Brasil, sabemos bem disso. Por isso, prefeitos, governadores, líderes locais de todos os continentes estão reunidos no Museu de Arte Moderna, no Rio. São pelo menos 1,4 mil pessoas mostrando os problemas e também as iniciativas baseadas em ciência e planejamento urbano para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
São Paulo, por exemplo, já tem a maior frota sustentável do país: mil ônibus elétricos. Cada um deixa de consumir 35 mil litros de óleo diesel por ano. Isso significa menos 87 toneladas de gás carbônico jogadas na atmosfera.
No Rio, as ondas de calor extremo agora são monitoradas no Centro de Operações da Prefeitura, que criou uma escala de calor que vai de 1 a 5. Ela serve como base para alertas e respostas rápidas aos cariocas.
“A capacidade que os governos locais têm de fazer entregas objetivas, rápidas, é muito maior do que dos governos centrais. Então, a gente tem, através de organizações como C40, buscado dar esse protagonismo para as cidades, para os governos locais, especialmente buscar mais financiamento para que essas ações possam acontecer”, diz o prefeito do Rio, Eduardo Paes, do PSD.
Líderes do mundo inteiro se reúnem no Rio para debater emergência climática
Jornal Nacional/ Reprodução
Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul, tem um projeto que leva energia limpa para comunidades pobres. Painéis solares garantem estabilidade no fornecimento - principalmente agora que o país enfrenta uma crise energética. O prefeito Dada Morero disse que essa é a contribuição da cidade para reduzir a emissão de gases poluentes das termelétricas.
Paris, que tem transporte público eficiente, sufocou a circulação de carros em boa parte da cidade. A prefeita, Anne Hidalgo, afirmou que a economia de uma cidade também é impulsionada quando nos comprometemos com o meio ambiente.
Todas essas iniciativas estão concorrendo a um prêmio que vai ter o resultado anunciado nesta terça-feira (4). São 26 concorrentes. Além de Rio e São Paulo, outras oito cidades brasileiras estão no páreo.
No encontro, o representante do Ministério do Meio Ambiente afirmou que há recursos para financiar projetos para economia de baixo carbono nas cidades:
“A gente já tem o Fundo do Clima este ano. Foram R$ 3,5 bilhões disponíveis para municípios. Para o ano que vem, esse recurso vai dobrar”, afirma Adalberto Maluf, secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.
O impacto das ações locais no combate ao aquecimento global pode ser enorme. É isso que os prefeitos que fazem parte da rede mundial C40 querem mostrar no Rio. No fim do encontro, na quarta-feira (5), eles vão elaborar um documento que será entregue aos líderes globais da COP30, em Belém. O documento vai reforçar que ações são necessárias agora.
Sadiq Khan, prefeito de Londres, explicou que já conseguiu reduzir muito a emissão de gases poluentes na cidade com a troca da frota de táxis por carros elétricos. Mais cedo, na abertura, ele ressaltou a importância do combate às fake news para evitar o agravamento da crise climática e criticou o presidente americano, Donald Trump, por negar o aquecimento global, em uma reafirmação de respeito à ciência.
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